quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Mesa do pai


Ninguém sai da mesa do pai para a mesa dos porcos de um dia para outro.



Se você está na casa do seu pai e tem vivido com ele, o servindo e tendo a companhia dele todos os dias, permaneça ali. Perceba tudo aquilo que já é seu. Desfrute de tudo isso.

Mas se você está percebendo que começou a alimentar porcos ou que já está desejando comer da comida deles, volte pra casa! Seu pai está lhe esperando de braço abertos!



E, levantando-se , foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou .
E o filho lhe disse : Pai, pequei contra o céu e diante de ti ; já não sou digno de ser chamado teu filho.
Lucas 15.21:22


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Em obras - Evolução

28/02/12

15/02/12


08/02/2012

O Jesus "imatável"



“Se Jesus não tivesse entregue a si mesmo, ninguém o teria entregue” (Santo Agostinho) 

Para abordar a riqueza toda de Jesus Cristo não há outro jeito senão inventar palavras, como imatável, que soa melhor do que inassassinável.

Que Jesus rompeu os grilhões da morte “porque era impossível que a morte o retivesse” (At 2.24), todo mundo sabe. Que Jesus estava com Deus e era Deus no princípio mais distante no tempo e no espaço (Jo 1.1), ninguém duvida. Que Jesus é o Alfa e o Ômega”, o que é, o que era e o que há de vir” (Ap 1.8), os verdadeiros cristãos professam com absoluta segurança. Mas que Jesus é imatável, soa como surpresa para muita gente.

Talvez não haja palavra mais apropriada para mostrar a autoridade de Jesus sobre sua própria vida. Jesus é imatável porque ele não pode em hipótese alguma e em tempo algum ser morto. Foi o Senhor mesmo quem o declarou: “Ninguém [...] tira [a minha vida de mim], mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai” (Jo 10.18).

Todas as vezes que os cristãos comemoram a morte vicária e a ressurreição de Jesus por meio da celebração da Ceia do Senhor, a idéia do Jesus imatável vem à tona. Pois o oficiante repete as palavras de Jesus pronunciadas no cenáculo na noite de quinta para sexta-feira da semana da paixão: “Isto é o meu corpo, que é dado [ou entregue ou partido] em favor de vocês” (1Co 11.24).

Quando o Verbo tornou-se carne e viveu entre nós, visível, audível e palpável, por um período em torno de 33 anos, houve pelo menos três sérias tentativas de morte contra ele, todas infrutíferas, o que naturalmente reforça a tese do Jesus imatável.

Primeira tentativa Quando o rei Herodes, o Grande, ouviu os magos se referirem a Jesus como “rei dos judeus”, ele se perturbou e tentou localizar o recém-nascido em Belém para lhe tirar a vida. Como os magos não lhe deram a informação, Herodes “ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades” (Mt 2.16). 

Ora, Herodes era um adversário de peso, um homem sem escrúpulos, perigoso e cruel, que já havia mandado matar a sogra Alexandra, os cunhados Aristóbulo e Costobardes, a esposa Mariane e os filhos Alexandre e Antípatro. Ele tinha 70 anos na época da matança dos inocentes de Belém, uns vinte meninos de peito. Mas Jesus não estava entre eles, pois José, por orientação divina, já o havia levado a salvo para o Egito (Mt 2.13-14). 

Segunda tentativa “Jesus tinha cerca de trinta anos quando começou o seu ministério” (Lc 3.23). Certo sábado, entrou na sinagoga de Nazaré, cidade da Galiléia, onde havia crescido, leu duas passagens de Isaías (58.6; 61.1-2) e acrescentou solenemente: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir”. Todos o escutavam com interesse e admiração. Mas, quando Jesus engrossou o discurso, eles reagiram: “Todos na sinagoga se indignaram [e] levantando-se, expulsaram-no para fora da cidade e o levaram a um precipício do monte sobre o qual estava construída a cidade, com intenção de precipitá-lo de lá” (Lc 4.28-29, BP). 

Que Jesus correu sério risco de vida nesse lugar e nesse momento, não resta a menor dúvida. Ele estava no meio de pessoas “tomadas de cólera” (na versão da Comunidade de Taizé) e num lugar perigoso (à beira de um abismo), porém, nenhum mal lhe aconteceu, pois Jesus estranhamente “passou pelo meio da multidão e foi embora” (Lc 4.30, NTLH). Então ele se dirigiu para Cafarnaum, mais ao norte, uma cidade ao noroeste do mar da Galiléia. 

Terceira tentativa Por não ter princípio nem fim, por ser auto-existente, por ser eterno, obviamente Jesus era mais velho que todos os personagens do Antigo Testamento, tais como Isaías (que viveu 700 anos antes de seu nascimento), Davi (que viveu 1.000 anos antes), Moisés (que viveu 1.500 anos antes) e Abraão (que viveu 2.000 anos antes). Isso quer dizer que Jesus não mentiu nem blasfemou ao declarar aos judeus com toda a simplicidade e clareza: “A pura verdade é que Eu já existia antes de Abraão nascer!” (Jo 8.58, BV). Na verdade, Jesus foi muito mais peremptório, por ter usado o título divino “Eu Sou” (ou “Eu Existo”), cujo verbo está no presente. Foi com esse nome que Deus se apresentou a Moisés quando o incumbiu de retirar o povo de Israel do Egito (Êx 3.14-15). 

Porque não reconheciam Jesus como Deus em figura humana, os judeus não acreditaram nele e entenderam que ele estava blasfemando o santo nome de Deus e, portanto, de acordo com a lei, era réu de morte (Lv 24.15-16). “Então eles apanharam pedras para apedrejá-lo” (Jo 8.59). O Evangelho de João não entra em detalhes, assim como o de Lucas no episódio anterior, de Nazaré. Diz apenas: “Jesus se ocultou [ou se escondeu] e saiu do templo”. 

O que aconteceu na sexta-feira 
A prisão e a morte de Jesus na sexta-feira anterior à ressurreição não colocam em dúvida a sua já citada declaração: “Ninguém tira a minha vida de mim”. Nem desacreditam a sábia observação de Santo Agostinho: “Se Cristo não tivesse entregue a si mesmo, ninguém o teria entregue”. Aliás, é pertinente lembrar que Jesus não é apenas imatável, ele é também imprendível. Embora os judeus tivessem tentado prendê-lo várias vezes, não conseguiram porque, como João mesmo registra, “a sua hora [de ser preso e morto] ainda não havia chegado” (Jo 7.30; 8.20). Ambos os infortúnios (prisão e morte) e ambas as manifestações gloriosas (ressurreição e ascensão) estavam em sua agenda e iriam se concretizar no tempo oportuno, uma coisa depois da outra. Quando chegou a hora exata de sua prisão e morte, o próprio Jesus o admitiu: “Eis que se aproxima o momento, e já chegou” (Jo 16.32, TZ).  Somente aí, na manhã de sexta-feira, nem antes nem depois, Jesus foi preso, e, cerca de nove horas depois, morto. Poucos dias antes, frente ao sofrimento prestes a chegar, o Senhor suspirou: “Agora estou sentindo uma grande aflição. O que é que vou dizer? Será que vou dizer: Pai, livra-me desta hora de sofrimento? Não! Pois foi para passar por esta hora que eu vim” (Jo 12.27, NTLH). 

Antes de afirmar que ninguém teria o poder ou a ocasião de lhe tirar a vida, Jesus se apresentou como o bom pastor e definiu o caráter do pastor não-mercenário: “O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). 

Em meio aos acontecimentos da Sexta-feira da Paixão há pelo menos mais duas evidências de que Jesus é de fato imatável. Quando Pedro puxou a espada para defender o Senhor no Jardim do Getsêmani, Jesus ordenou que ele recolhesse a arma e lhe disse: “Você não percebe que eu poderia pedir ao meu Pai milhares de anjos [mais de doze legiões de seis mil seres extra-terrestres] para nos protegerem, e Ele os mandaria no mesmo instante?” (Mt 26.53, BV). Em outras palavras, Jesus estava explicando: “Eu posso escapar de mais esta séria tentativa de morte, como escapei das anteriores, mas, desta vez, não o farei”. Quando Pôncio Pilatos caiu na asneira de dizer a Jesus que, na qualidade de governador romano, tinha poder para libertá-lo ou crucificá-lo, o Senhor respondeu de pronto: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima” (Jo 19.10). 

A inefável generosidade de Deus 
Ninguém deve nem sequer imaginar que a renúncia de Jesus em usar sua ilimitada autoridade (Mt 28.18) e seus extraordinários recursos em favor da liberdade e da vida foi algo suportável e fácil, à vista de sua dupla natureza (humana e divina). Naquele dia sombrio (as trevas cobriram toda a terra do meio dia às três horas da tarde), Jesus deixou-se prender (ele foi amarrado, algemado) e deixou-se matar (ele foi espancado, esbofeteado, açoitado, ferido e crucificado). Jesus não foi anestesiado antes de ser desprezado e rejeitado pelos homens, atingido e afligido por Deus (como representante do homem pecador), traspassado e esmagado por causa de nossas iniqüidades, e finalmente levado para o matadouro e eliminado da terra dos viventes (Is 53). Durante os seus trinta e poucos anos de permanência no tempo e na história e na companhia dos homens (Jo 1.14), em nenhum momento Jesus abriu mão de sua divindade nem de sua humanidade. Na madrugada daquela sexta-feira no Getsêmani, Jesus começou a entristecer-se e angustiar-se e desabafou com seus discípulos: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal” (Mt 26.38). Ele chegou a desejar o afastamento do cálice de sofrimento e morte, na famosa oração três vezes feita com o rosto em terra: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero [neste momento], mas sim como tu queres” (Mt 26.39). A prisão e a morte de Jesus Cristo não foram encenações teatrais, mas experiências vividas. Os dois infortúnios atingiram aquele corpo gerado pelo Espírito Santo no ventre de uma mulher virgem, que quase foi morto por Herodes ao nascer e que então morreu por sua espontânea vontade. É por isso que os celebrantes da Santa Ceia repetiu sempre: “Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês” (1Co 11.24). Paulo deixa bem claro que a reconciliação entre Deus e os homens foi feita “por meio da morte do seu próprio corpo humano na cruz” (Cl 1.22, BV). 

Porque Jesus é imprendível e imatável, mas deixou-se prender e matar em benefício da nossa plena redenção, “agradeçamos a Deus o presente que ele nos dá [o próprio e único filho], um presente que palavras não podem descrever” (2 Co 9.15, NTLH)!

Graças a Deus pelo seu dom inefável!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Tempestade

Ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se grande bonança.
Mateus 8.26

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Crescimento espiritual


Hoje em dia tem sido comum muitos optarem por viver o cristianismo sem a igreja. Existem outras opções, segundo essas pessoas: cultos e mensagens online, livros, cursos por extensão etc. É possível até mesmo oração online! Com isso temos convivido com os chamados “desigrejados”. Gente que afirma que ama e serve a Jesus, mas sem o compromisso junto a uma igreja local. Igreja é lugar de ensino e crescimento espiritual. Nessa passagem Lucas descreve com muita clareza o que havia acontecido com os primeiros cristãos em decorrência da perseguição. Eles haviam sido dispersos e rumaram para várias cidades, entre elas Antioquia.
A igreja de Jerusalém enviou Barnabé e Saulo para lá, onde permaneceram por um ano, ensinando os que viriam a ser chamados pela primeira vez de cristãos. O ensino das Escrituras é fundamental para o avanço do Reino e o cumprimento da missão de Deus. Como pregar sem conhecer profundamente a sã doutrina? Como discipular se não formos discipulados? Sempre é importante relembrar as palavras do autor aos Hebreus: ”Não deixemos de reunir-nos como igreja…” (Hb 10:.5)
– Querido Pai, quero estar na tua igreja para poder crescer no conhecimento da tua Palavra. Essa é minha oração em nome de Jesus. Amém.
Fonte: http://www.lpc.org.br/cada-dia
Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se
 reuniram com a igreja e ensinaram a muitos.

 
Atos 11.26

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Queridos irmãos, nossos Boletins já estão on-line. Mantenha-se informado e acesse nosso Boletim e não perca nenhuma informação.
Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele.
Provérbios 22.6

Igreja perseguida II



Kim Tae Jim desertor norte-coreano que vive em Seul. Ele viveu por quatro anos no campo de concentração em Yodok.

CORÉIA DO NORTE - País n° 1 na lista de perseguidos - Seria necessário uma nova linguagem para traduzir em palavras as crueldades do regime norte-coreano. Em nenhum outro país a perseguição aos cristãos é tão severa. Dezenas de milhares de pessoas vivem (e no final das contas) morrem em campos de concentração. Mesmo a posse de uma Bíblia é motivo suficiente para ser morto ou preso junto com sua família para o resto da vida. Por que cerca de 400.000 cristão são caçados como animais?

Imagine um país onde o Estado decide onde você mora, que profissão escolher, qual esporte você pratica, o alimento que você come e se você come. Imagine um país sem nenhuma co na roupa das pessoas e nas edificações, exceto para as imagens de propaganda que decoram apartamentos de concreto, casas e monumentos. Imagine um país onde o Grande Líder foi morto há 16 anos, mas ainda é presidente e seus seguidores famintos devem adorá-lo como um deus. Esta é a realidade sombria da Coréia do Norte.

Este país comunista ocupa o primeiro lugar na Classificação de países por perseguição 2011 da Portas Abertas. Ele é o primeiro há nove anos. Por décadas, ninguém sabia exatamente como a Igreja estava depois da Guerra da Coreia. Nos anos noventa, a Portas Abertas encontrou uma maneira de manter contato com os cristãos clandestinos e descobriu que a Igreja estava muito viva. Mas também estava  ferida, sangrando. Cooperadores da Portas Abertas esclareceram os planos extraordinários que o Estado fazia para caçar, capturar e até matar os cristãos.
Na Classificação, a Coreia do Norte teve quase a pontuação máxima do relatório de pesquisa (90,5 de 100 pontos possíveis). A única razão pela qual a Coreia do Norte não obtém a pontuação máxima é por causa de sua constituição. Oficialmente há liberdade religiosa na Coreia do Norte. Na prática, os civis não têm quaisquer direitos. A atitude do Estado em relação aos cristãos é extremamente hostil: eles não deveriam sequer existir. Não há liberdade para construir igrejas ou casas de culto. A posse de material cristão é ilegal e punível com a morte.
Abominável campo de trabalho


Em maio de 2010, um grupo de 23 cristãos foi descoberto. A polícia encontrou Bíblias e outros impressos cristãos. Três pessoas foram publicamente executadas, e as outras desapareceram dentro do terrível campo de Yodok.
Este vasto campo de trabalho está na província do sul de Hamkyung, e sua localização nas montanhas torna a fuga quase impossível. Nos lugares onde um prisioneiro poderia ter uma chance de escapar, altas cercas com arame farpado foram erguidas. Algumas seções são eletrificadas. Além disso, existem campos minados e outras armadilhas mortais.
A cada dois quilômetros há uma torre de vigia de sete metros de altura. Qualquer tentativa de fuga é frustrada. “Os presos são tratados pior do que gado. Eu vi pessoas morrendo de fome e de doença. Eu vi as execuções. Os que estão vivos parecem fantasmas ambulantes. Tivemos nossas identidades tiradas. Todo o sistema me fez entrar em desespero”, diz um ex-prisioneiro.
 
Centenas de cristãos foram presos em 2010 e vários foram interpostos à morte. A Portas Abertas não pode revelar quaisquer detalhes sobre estes casos, porque isso aumentaria os riscos dos cristãos presos que ainda estão vivos. Estima-se que entre 50.000 e 70.000 cristãos sofrem nos campos. Lá é o único lugar onde eles têm algum valor para a “República Popular Democrática da Coreia”.
Exposição dos cristãos
A Coreia do Norte faz tudo que está ao seu alcance para expor os cristãos. As crianças são um instrumento importante para descobrir a atividade cristã secreta. Seus professores os instruem na escola a investigar se os pais leem um livro preto. A Portas Abertas conversou com as crianças, que disseram ao professor que seus pais e mães de fato liam um livro assim. Eles foram elogiados por sua contribuição à pátria. Orgulhosas, as crianças voltaram para casa, apenas para encontrá-la vazia. Seus pais tinham sido levados, e elas foram condenadas a uma vida amarga e difícil nas ruas.
Outra forma de expor o “negócio criminoso” é através das sessões semanais de críticas, em que as crianças e os adultos têm de participar. Os norte-coreanos devem relatar o próprio mau comportamento e o de outras pessoas. “Nós todos nos sentimos muito mal e culpados por ter de dizer essas coisas uns dos  outros”, diz o refugiado Park Joo-Chan. “Mas não tínhamos escolha. E isso ainda causou uma ruptura em nossa amizade. Alguns relacionamentos foram quebrados para sempre. Mesmo com o sistema tão destrutivo, não tínhamos dúvida da sua utilidade. Esta foi a nossa forma de vida.”
Além disso, existem as buscas aleatórias nos lares para detectar se as pessoas estão ouvindo as rádios corretas, se os retratos dos líderes são mantidos limpos e se há alguma literatura proibida na casa ou apartamento. Provavelmente em nenhum outro lugar do mundo tantas Bíblias são escondidas no subsolo. A Palavra de Deus coberta de sujeira. Ela faz os cristãos se sentirem culpados, mas que escolha eles têm?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Igreja perseguida

Naquele mesmo dia a igreja de Jerusalém começou a sofrer uma grande perseguição. E todos os cristãos, menos os apóstolos, foram espalhados pelas regiões da Judéia e da Samaria.
Atos 8.1

A igreja que não é nossa



É comum encontrar pessoas que frequentam igrejas dizerem: “A minha igreja é aquela que fica naquele lugar...” ou ainda, “eu frequento a igreja do pastor....”. Isso denota compreensão errada do que seja a igreja. Em Mateus 16, Jesus trava um diálogo com os seus discípulos. Existia ainda confusão de quem era Jesus. Para alguns, era João Batista, para outros Elias ou Jeremias ou ainda um dos profetas. Pedro se adiantou aos demais e disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”

Nesse momento Jesus declara que edificaria a sua igreja e nada, nem mesmo o inferno, poderia ser obstáculo para o seu avanço. Apreciamos ouvir a declaração enfática do Mestre. Ela assegura a certeza da vitória da igreja, mesmo em meio às lutas. Contudo, normalmente algo mais importante fica à margem de nossa compreensão. O texto que lemos afirma: “edificarei a minha igreja”. Vivemos dias perigosos onde parece que muitos têm compreendido que a igreja lhes pertence ou é propriedade deste ou daquele líder. Esse é um grande engano que precisamos evitar. Jesus é o Senhor da igreja! 

ORE

Graças te dou Senhor porque edificaste a tua igreja! Nela eu tenho me fortalecido e aprendido da Tua Palavra. Amém.

“... edificarei a minha igreja, 
e as portas do Hades não poderão vencê-la.”


Mateus 16.18


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Rompendo em fé

Moisés estendeu a mão sobre o mar, e Deus, o Senhor, com um vento leste muito forte, fez com que o mar recuasse. O vento soprou a noite inteira e fez o mar virar terra seca. As águas foram divididas, e os israelitas passaram pelo mar em terra seca, com muralhas de águas dos dois lados.
Êxodo 14.21-22

Carta a um jovem Pastor sobre o grupo de louvor




Meu caro Tadeu,

Fiquei muito feliz com a notícia de que você está pastoreando a igreja de seus pais desde o ano passado. Agradeço a sua carta comunicando o fato e também a confiança depositada em mim, ao expor os conflitos com o ‘grupo de louvor’ de sua nova igreja. Percebo que desde sua posse esse tem sido um dos assuntos que mais o tem afligido.
Você foi eleito para cinco anos e ainda há um longo caminho a ser percorrido. Como pastor da igreja, você tem prerrogativas quanto à condução do culto e autoridade para orientar o que vai ser cantado no culto e a maneira como isso vai ser feito. Em alguns casos, o desgaste já é tão grande que não existe mais diálogo possível entre o pastor e o grupo de louvor. Espero que não seja esse o seu caso, e nessa esperança, dou-lhe alguns conselhos.
1) Aconselho que você reconheça que nós, reformados, já perdemos a batalha por um culto simples, espiritual, teocêntrico e equilibrado. O movimento gospel veio para ficar. Nós perdemos, Tadeu, porque erramos na estratégia. Há cerca de dez anos, quando a Igreja Batista da Lagoinha começou a comandar o louvor nas igrejas evangélicas no Brasil, preferimos resistir frontalmente e insistir com nossas igrejas a que ficassem com os hinos de nosso hinário. Foi um erro. Poderíamos, além disso, ter apresentado uma alternativa às músicas deles. Há exceções, mas muitas delas são sofríveis, musicalmente falando, e têm uma teologia fraquíssima. São cânticos permeados de conceitos arminianos, neopentecostais, da teologia da prosperidade e da batalha espiritual, característicos daquilo que é produzido pelos músicos e cantores gospel da atualidade. Infelizmente, não conseguimos oferecer nada melhor desde o início, a não ser apelos para ficarmos com os hinos tradicionais.
2) Comece solicitando ao grupo de louvor uma relação de todos os cânticos do seu repertório e se comprometa a estar em todos os ensaios deles para estudo bíblico a respeito do louvor e da adoração, para analisar a propriedade, a teologia e até mesmo o português desses cânticos. Nesses encontros, aja humildemente e não autoritariamente. Lembre-se que eles estão acostumados a tocar tudo o que querem sem serem críticos do que estão cantando. Procure conduzir as discussões para a Bíblia, como o referencial último de tudo o que vai ser feito no culto. Leve-os a perceberem por si próprios que determinadas letras são inadequadas e a desistirem delas. Nesse sentido, seu maior aliado é o púlpito. Pregue sobre a centralidade de Deus no culto, sobre a necessidade da boa doutrina, sobre o perigo dos falsos ensinamentos, sobre o poder da música para o bem e para o mal e o imperativo de mantermos o culto dentro dos parâmetros bíblicos.
3) Coloque como regra inflexível – se possível aprovada como decisão do Conselho da Igreja – que todos os participantes do grupo de louvor também devem estar totalmente integrados na vida da igreja, participando da escola dominical, das sociedades domésticas, sendo assíduos aos cultos. Mais importante do que tudo, deve ser colocada como condição sine qua non, que suas vidas sejam irrepreensíveis, sendo exemplo para os demais jovens da igreja. Insista que eles devem participar do culto todo e que é inaceitável que após a parte deles, que saiam e fiquem do lado de fora da igreja. Não abra mão disso.
4) Com muito cuidado, procure diminuir o volume com que eles tocam. Domingo à noite fui pregar em uma igreja e sentei-me no primeiro banco, aguardando o momento da pregação. O volume do grupo de louvor estava tão alto que não agüentei – levante-me e sai discretamente. Quando consegui sair do local e chegar do lado de fora, meus ouvidos estavam zumbindo. De alguma maneira, os grupos de louvor têm a idéia de que os cânticos têm que ser tocados e cantados com os instrumentos e o vocal no volume máximo. Uma coisa que você pode fazer para convencê-los de que sempre estão tocando muito mais alto do que é necessário é conseguir trazer um especialista com um medidor de decibéis durante os ensaios para medir o nível de ruído. Isso vai mostrar para eles como muitas pessoas se sentem incomodados – inclusive vizinhos silenciosos que não vão reclamar na polícia, mas que no íntimo já tomaram a decisão que jamais se tornarão crentes. Em especial, trabalhe com o baterista, procurando convencê-lo que o alvo da bateria não é fazer barulho, mas marcar o compasso da música de maneira discreta, misturando-se com a melodia, a ponto de se tornar quase imperceptível. Esse provavelmente será o seu trabalho mais difícil. Se quiser o testemunho de um presbítero que quase ficou surdo com o volume do grupo de louvor, veja seu testemunho aqui.
5) Uma outra tarefa difícil será convencer o guitarrista principal de que o culto não é show e nem os louvores uma oportunidade dele mostrar solos incríveis de guitarra. Exibições individuais da performance dos instrumentistas apenas chamam a atenção para eles – não para Deus. Como alternativa, sugira uma noite de som gospel, num sábado à noite, onde outras bandas poderão ser convidadas para um festival de gospel. E tenha cuidado para não dar a esse encontro qualquer conotação de culto. Lá eles podem mostrar toda a sua capacidade com a guitarra. Mas, no culto, usem os instrumentos de forma discreta, para acompanhar os cânticos.
6) Tente mostrar para eles que mandar o povo ficar em pé toda vez que assumem o microfone nem sempre fica bem. Às vezes o pastor acabou de mandar o povo sentar. Deixem o povo sentado. Não vai prejudicar em nada o louvor se o povo ficar sentado. Além disso, tem velhos, idosos e pessoas doentes que não conseguem ficar vinte minutos em pé. Eles devem pensar também no pregador da noite, que além de ficar em pé durante o tempo do louvor, vai ficar em pé mais uma hora pregando. Não tem quem agüente.
7) Procure convencê-los a ocupar menos tempo da liturgia. Se conseguir, será uma grande vitória. Uma sugestão que você pode dar nesse sentido é que não repitam o mesmo cântico duas ou três vezes, como costumam fazer. Também, que cortem as ‘introduções’, geralmente compostas da repetição de frases clichês e batidas que não dizem nada. Se você conseguir convencer o líder do grupo que a tarefa dele é cantar e não exortar e dar testemunho, irá diminuir bastante o tempo empregado no louvor, além de poupar os ouvidos dos crentes de ouvir besteiras, frases clichês, chavões batidos, que só tomam tempo mesmo.
8) Outra coisa que me ocorre: insista em que estejam preparados antes do culto. Fica muito feio e distrai o povo quando os componentes do grupo de louvor ficam afinando instrumentos, equalizando o equipamento de som, plugando e desplugando microfones e fios quando o culto já começou. Ensine-os a serem profissionais naquilo que fazem, e que Deus é Deus de ordem.
9) Procure mostrar que eles não são levitas. Não temos mais levitas hoje. Todo o povo de Deus, cada crente em particular, é um levita, um sacerdote, como o Novo Testamento ensina. É uma idéia abominável que os membros do grupo de louvor são levitas. Isso reintroduz o conceito que foi abolido na Reforma protestante de que o louvor e o acesso a Deus são prerrogativas de apenas um grupo e não de todo o povo de Deus. Resista firmemente a essas idéias erradas, que são oriundas das igrejas neopentecostais, especialmente daquelas que se fizeram em cima do movimento de louvor. Tais conceitos apenas servem para que eles se sintam mais especiais do que realmente são e, portanto, intocáveis. Procure incutir na mente deles que aquilo que eles fazem no culto não é mais louvor e mais espiritual do que o cântico de hinos acompanhados ao órgão ou ao piano.
10) Por fim, ore bastante para que os membros do grupo de louvor não sejam filhos de presbíteros e de famílias influentes da igreja, porque se forem, profetizo que sua missão fracassará. Por mais crentes e sérios que os presbíteros sejam, eles não irão contra a sua própria família, e muito menos contra os seus filhos. Você não terá o apoio deles para reduzir, minimizar, limitar e mesmo qualificar a participação do grupo de louvor no culto. Nesse caso, restarão poucas opções. Uma delas é capitular inteiramente e simplesmente deixar o grupo de louvor fazer o que sempre fez, suportando heroicamente, enquanto ora baixinho no culto, ‘Deus, dá-me paciência para que eu possa suportar esse calvário durante o tempo em que fui eleito aqui’. Outra opção é simplesmente pedir as contas e ir embora para outra igreja, tendo aprendido a importante lição de que a primeira pergunta que se faz ao ser convidado para ser pastor de uma igreja é essa: ‘tem grupo de louvor? Os componentes são filhos dos presbíteros?’
Um velho pastor do Recife costumava se referir ao conjunto da sua Igreja como ‘cão junto’. Espero que não chegue a esse ponto em sua igreja, Tadeu, mas que você encontre misericórdia da parte de Deus para que esse desafio seja vencido e que sua igreja desfrute do verdadeiro louvor durante os cultos.
Um abraço! Augustus”
Nota: A carta é fictícia. Toda semelhança com qualquer situação pela qual algum pastor reformado esteja passando será mera coincidência…